NOTA DE REPÚDIO

Segundo dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020, o Brasil contabilizou, em 2019, 66.123 casos de estupro e estupro de vulnerável.

Isso significa 1 estupro denunciado em delegacias de polícia a cada 8 minutos. Para além das denúncias, estima-se que menos de 10% dos casos sejam reportados à polícia, o que torna esses números ainda mais estarrecedores, descortinando um grave problema não apenas de segurança, mas de Saúde Pública.

Nesse sentido, é mister que profissionais que atuam no cuidado às mulheres, como é o caso de médicos e médicas ginecologistas e obstetras, repudiem toda e qualquer forma de revitimização institucional de mulheres em situação de violência sexual.

O artificie da moralidade na desqualificação da vítima, embora seja prática histórica e persistente, deve ser combatido, o que mobiliza a SOCEGO, como instância representativa de médicos e médicas ginecologistas do Ceará, a se posicionar a favor do enfrentamento de qualquer forma de violência sexual, bem como contra quaisquer atitudes de conivência.

Fontes:

1. FBSP. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2020/10/anuario-14-2020-v1-interati

2. Cerqueira D, Santa D, Coelho C. Nota Técnica. Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde (versão preliminar). Brasília; 2014

3. Marcão R, Gentil P. Crimes contra a dignidade sexual : comentários ao Título VI do Código Penal. 2o ed. São Paulo: Saraiva; 2015